sábado, 9 de janeiro de 2010

Capítulo oito - A cidade desperta

Assim que atravessamos a linha e abrimos os olhos foi como se um véu tivesse sido removido, pois agora podíamos ver todas as pessoas, e realmente tudo era uma festa, a cidade estava cheia, haviam pessoas de todos os tipos.

Olhos de todas as cores, cabelos de todos os tipos, peles, pelos, escamas, pessoas de locais que eu jamais vi. Isabelle olhava as pessoas com entusiasmo. Ela parecia querer conversar com todas aquelas pessoas, fazer perguntas.

Mas ela não precisou esperar muito, logo um ser com grandes olhos violeta e longos cabelos esverdeados, escamas madrepérola, veio falar conosco. Ele falava em uma língua diferente, uma sonoridade, parecia estar borbulhando, seu rosto parecia sorrir, mas era difícil entender.

Isabelle não compreendendo nada pediu para que ele parasse de falar. Ele respondeu agora em nossa língua:

- Desculpem-me, as vezes esqueço que estou em outras terras e que nem todos falam a língua das águas. Meu nome é Vorgon. Quem são vocês? Pelo que vejo acabaram de chegar.

- Eu sou Isabelle e este é...- Só agora ela percebia que nem ao menos sabia meu nome, que a única coisa que conhecia em mim era minha aparência.

- Eu sou Enfihr. - Isabelle continuou empolgada sua apresentação, ela sentia que tinha alguma relação comigo, enfim ela sabia meu nome, mas para mim aquilo nada queria dizer.

- Nós estamos a caminho da saída do mundo dos sonhos.

Vorgon começou a rir daquela história. E realmente para alguém que não sabia que ela era uma criadora, aquela história parecia absurda. Isabelle começou a ficar irritada com as risadas, e cada vez mais, começava a se descontrolar. Neste instante Vorgon percebeu nos olhos de Isabelle a ira.

Sorte ele ter percebido isto antes que o pior acontecesse, e o pior seria realmente ruim, nem ela tinha idéia do que iria acontecer mas logo ela descobriria. Pelo visto este havia sido um dia de sorte para Vorgon. Ele rapidamente mudou do assunto:

- Vocês ainda não foram se vestir de acordo com o tema da festa de hoje. Precisam ir logo antes que sejam multados.

- Como assim?- Perguntou Isabelle.

- Como vocês acabaram de chegar ainda não devem ter reparado que hoje é dia de baile de mascaras. - Vorgon disse isso apontando para uma máscara em suas mãos. - Em Neoxion sempre temos festas, e todos são obrigados a se vestirem de acordo com o tema.

- Mas não temos máscaras.

- Eu imagino que não. Não seria normal uma pessoa andar com uma máscara por ai. Mas isto não é problema, você pode retirar uma máscara em qualquer casa.

- Mas eu também não tenho dinheiro para nada.

Vorgon não entendeu nada e eu expliquei para Isabelle:

- No mundo do Sonhar não existem as mesmas coisas que no mundo do qual você veio, aqui não usamos dinheiro, nem moeda alguma. As coisas simplesmente existem para quem as quiser usar, portanto nossas máscaras nos esperam, basta irmos buscar. Em qual casa você acredita que elas estejam?

Isabelle olhou ao seu redor procurando, até encontrar uma casa que a chamasse. E ela encontrou. Apontou para uma casa pequena e com cara de antiga, ela possuía uma cerca toda trabalhada em madeira, agora olhando a casa eu via o quanto o estilo daquela casa combinava com o belo vestido que Isabelle ainda usava, apesar da saia rasgada, e das fitas amarrotadas.

Nós caminhamos até a casa. As ruas estavam cheias de pessoas mascaradas, cada mascara diferente uma das outras, era um verdadeiro carnaval de cores e estilos.

Os olhos de Isabelle brilhavam, ela devia estar tentando imaginar como seria sua máscara.

Quando chegamos até a casa entramos. Havia uma senhora sentada em uma cadeira de balanço, ela costurava um pano lilás. Usava um pequeno óculos redondo na ponta do nariz, a casa cheirava a flores secas e exaurava fumaça de todas as cores.

A fumaça formava filetes espiralados, e de tempos em tempos a senhora encostava na fumaça e esta se tornava tangível, a senhora ia puxando a fumaça e a transformava em belas fitas coloridas e brilhantes que aplicava com todo o cuidado no pano lilás, que começava a tomar as formas de um vestido.

Continuamos na entrada da casa, em silêncio para não atrapalharmos a senhora esperando que ela nos notasse e dissesse o que deveríamos fazer.

Um comentário:

  1. Finalmente aparecendo de verdade por aqui... ^^
    Desculpa a demora... mas moça... eu amei essa imagem... mto mto mto linda mesmo!!! E sobre o livro... eu tenho ele impresso... lala... rs, vc sabe o q eu acho dele neh... mas vou voltar a ler ele por aqui... prometo.

    Se cuida mocinha... Bjaosao!

    E Boa Sorte!!!

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