quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Capítulo cinco - Na casa de Tislar

Depois de caminharem um pouco elas chegaram até a bela casa de Tislar, era uma casa feita do mais fino gelo, parecia até ter sido esculpida em um grande bloco, os móveis todos eram plantados no chão e esculpidos no gelo também.

- Deite-se na cama princesa Isabelle.

- Mas eu não sinto sono.

- Se continuar de pé continuará sem sentir, mas caso se deite vai ver que o sono voltará. Você ainda precisa cuidar do seu corpo físico, e ele precisa descansar. Se tranqüilize, assim que os primeiros raios de sol surgirem eu te acordarei.

- Obrigada - Isabelle se dirigiu a cama.

A cama era coberta por uma grande quantia daquela neve macia, sobre esta neve havia um grande cobertor de pêlos. Ele aquecia bem, e a cama era aconchegante, e assim, como disse Tislar, Isabelle conseguiu adormecer.

Eu continuava a observar tudo à distância.

Assim que o dia clareou Tislar acordou a menina. Sobre a mesa estava posto um café da manhã completo, Isabelle comeu até se fartar.

Meu Mestre já devia ter voltado de seu trabalho e provavelmente estava muito revoltado com o sumiço de sua tão distinta convidada. Ele com certeza já começava sua busca pelo Sonhar, eu não tinha como avisá-lo, se me descuidasse Isabelle podia realmente escapar.

Agora que estava descansada e satisfeita Isabelle reparou que a cama não estava mais lá, e quando olhou para a rainha esta entendeu sua pergunta, e rindo falou:

- Assim como controlo o gelo controlo também esta casa. Para que um ser que não dorme precisaria de uma cama? Não pensou nisso minha criança? Eu a havia criado para que você pudesse passar a noite nela. Como agora ela já não tinha mais utilidade a fiz derreter e se incorporar ao chão da casa.

- Mas você sabia que eu viria?

- Saber? Nós nunca temos certeza de nada pequena princesa, nós apenas intuímos, e cabe a nós acreditar ou não nestas intuições. No meu caso acredito sempre nestas coisas que sinto, e desta vez parece que acertei. Não é mesmo? - Disse Tislar piscando um olho para a princesa.

- Já que a sua intuição é boa rainha, me diga o que eu posso fazer para deixar este mundo.

- Isso eu já não posso. - Enquanto Tislar dizia estas ultimas palavras sua casa começava a se derreter. - E agora acho que devemos partir, a casa está nos expulsando. É difícil caminhar sobre as neves, se não sairmos agora pode ser que não consigamos atravessar minhas terras antes do final do dia.

Quando a casa acabou de se derreter um barulho de sinos começou a se aproximar, Isabelle procurou por todos os lados, mas não viu nada.

- Olhe para baixo. - Sussurrou a rainha das neves. - Acho que mais alguém quer te ajudar.

De baixo da neve um grande urso branco se desenterrou.

- Este é Zeardi, um de meus amigos, creio que ele veio até aqui para te ajudar a chegar nas fronteiras das terras geladas. Você realmente é uma garota de sorte. Zeardi não costuma se expor ao sol.

Enquanto a rainha falava um trenó de gelo começou a surgir das neves e se atrelava as costas do grande urso.

- Como Zeardi a levará eu ficarei por aqui. A sua viagem não será tão longa, mas tome cuidado. Às vezes as respostas que buscamos não estão a nossa frente. - Ao dizer isto Tislar sumiu entre as neves da mesma forma que antes houvera aparecido.

Isabelle subiu no trenó e partiu. Eu continuei a segui-la, só que de meu jeito, a pé não conseguiria mais alcançá-la, agora o único jeito era voar.

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